No dia 09 de junho de 2013, com o falecimento de meu irmão caçula, meu mundo virou de cabeça para baixo, mais do que isso, meu mundo tornou-se cinza e completamente solitário, particular. É como se eu vivesse inserida na sociedade, mas não estivesse nela.
Isso me fez refletir sobre o mundo de cada um, que certamente é particular. A vida reserva para cada pessoa dores, alegrias e sortes diversificadas, sorte essa que por vezes nos desperta o desejo de nos recolhermos, de vivermos isoladamente ainda que estejamos acompanhados, cercados de pessoas, vivendo dentro do mundo de outros porque o seu mundo parece não existir mais.
Uma perda pode se dar de várias formas e as reações acerca delas também. Há quem passe por suas perdas serenamente e siga adiante sem avarias, mas há quem siga seu caminho faltando pedaços. A solidão é frequente ainda que aconteça em meio a uma multidão.
Então fiquei refletindo sobre os mundos de cada um, sobre a forma como as pessoas vivem suas vidas, as vezes sangrando, as vezes despedaçados, usando maquiagens, máscaras, sustentando a postura aceitável para a sociedade.
Mas o quão cruel e exaustivo é essa forma de viver, arrastando correntes enquanto posa flutuante para as fotos. Quantas vezes os problemas se acumulam porque você não tem força para dissolvê-los uma vez que nada mais parece ter importância. Você fica inerte, um tanto morto, parcialmente inexistente. Mas o mundo não para, as necessidades também e assim vamos vivendo, cada um no seu mundo, olhando para seus próprios problemas e sendo julgados, criticados por atitudes que deveriam permanecer resguardadas em seu universo particular, mas que acabam misturando-se ao mundo dos outros numa tentativa de sobrevivência, de se manter vivo ainda que parte sua já esteja morta.
Como agir quando seu mundo está morto mas você permanece vivo?
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