Que a vida é um grande palco e a arte de atuar é para todos os seres humanos todo mundo sabe. Até o mais corajoso e atrevido ser que ousa ser quem é, de cara lavada, sem máscara, guarda no fundo um tanto de verdade que não pode ser exposta, preserva-se. Mas nessa loucura que é fingir ser quem não é, no afã de ser aceito ou imposto, de esfregar verdades possessivas na cara da sociedade, de condicionar-se a ser padrão, muitas vezes nos perdemos de nossos personagens. Chega uma hora que a atuação fica tão insustentável que perdemos forças, falas, brilho e deixamos de ser o ator principal para sermos meros coadjuvantes, quando não, figurantes de nossas próprias vidas. Imagine quão exaustivo é observar de fora a sua vida sendo conduzida por outro, a peça de sua história sendo redigita, dirigida e criticada por outrem. De tão exausto você passa a improvisar falas, dispensar direção e confundir ficção com realidade. Quando você se perde de seu personagem j...
Há sempre um pouco de você aqui.