Dias que parecem noites, noites que parecem dias. Tudo confuso, embaralhado. Sensações alheias. Sentimentos que gritam em busca de afirmação. Um vazio preenchido com lucidez. Lucidez que disfarça a insensatez. Horas felizes, minutos de êxtase e dias acabrunhados. A depressão brinca de locatária e ronda minha alma. O amor, sublime e real ganha a luta, mas dia após dia perde forças diante da batalha. Pensamentos constantes quase transformam-se em vozes. Minha voz cala-se solitariamente. A solidão é apaixonante e ao mesmo tempo repugnante. Quero vivê-la mas preciso desprezá-la, subir no palco e sofrer por uma companhia. A loucura bate a minha porta. Por trás das portas nunca houve siso. O louco diagnosticado é como o vírus proliferado. Somos todos, mas alguns recebem o direito de ser. Dias bons, dias maus, dias vividos e dias repetidos. Olhar-se de fora e nada encontrar. Encontrar o que deseja suprimir. Expor levianamente o avesso, na mais completa perfídia com seu eu. Desenhar ...
Há sempre um pouco de você aqui.