Pular para o conteúdo principal

O MEU MUNDO E NADA MAIS

TUDO EXATAMENTE NO MESMO LUGAR


O mesmo ponto de ônibus, as mesmas pessoas, o mesmo motorista, a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim.
Na correria do dia a dia pouco ou nada observamos nas coisas ao nosso redor. Aquela pessoa que todos os dias pega o ônibus com você, a moça da padaria que te atende todas as manhãs, o colega de trabalho que está sempre ali. Tudo exatamente no mesmo lugar.
A normalidade no meio do caos.
Numa vontade desesperada de se voltar para dentro de si, cada um passa a mão em seu fone de ouvidos, seu smartphone e viaja para um lugar qualquer onde possa estar em contato exclusivo com um mundo paralelo.
Meu mundo e nada mais.
O silêncio quebra os decibéis da normalidade que ocorre do lado de fora.
Em algum momento a viagem acaba e é preciso voltar a realidade.
Nem todos voltam, seguem o dia como um dublê de si mesmo.
As vezes me pergunto se de repente algumas respostas que procuramos não estão bem ali, diante de nós, no nosso dia a dia, nos olhos daquela pessoa que senta ao nosso lado no ônibus, nas atitudes do colega de trabalho, nos devaneios de um companheiro de sala, nos posicionamentos do chefe, na ausência de interatividade ou no excesso dela. A mula que falou com o profeta Balão está mais falante do que nunca, como se houvera tomado a pílula falante da Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo. 
As vozes dentro de nós calam nossos reflexos emocionais e nos submetem a letargia.
As mesmas queixas, os mesmos desinteresses, as mesmas buscas, os mesmo lamentos.
A pior de todas as rotinas, uma rotina fixa sem perspectiva de alterações. 
As vezes quero um bilhete sem volta para dentro do meu mundo e nada mais.


Por Solange Lima

Comentários

Postagens mais lidas

VOCÊ É LÂMPADA OU VELA?

Qual a fonte de sua luz? Ser vela é poético e altruísta.  Tem luz própria e sua luz é compartilhada de forma a clarear quantos ambientes forem possíveis. Doa-se em favor do outro. Porém, desgasta-se no processo, se consome até que não reste mais nada, nenhum facho de luz.  A fonte é própria e finita, não há onde recarregar.  Ser lâmpada é iluminar sem se desgastar.  É ser luz buscando energia em outra fonte.  A fonte é Jesus , a luz do mundo .   A lâmpada se ilumina e leva a luz para os outros. Pode iluminar quantas pessoas e ambientes forem preciso, não há desgaste pois tem onde recarregar.  Tal qual a vela, a lâmpada é altruísta e doa-se em favor do outro, mas tem consciência que não é capaz de ser sua própria fonte de energia, que não consegue iluminar o mundo sem se desgastar.  Reconhece sua limitação e busca se alimentar antes de alimentar o outro. Você é vela ou lâmpada?  Você ilumina ou clareia?  ...

O TICO E O TECO

O TICO E O TECO Tenho os dois, mas funcionam alternadamente. É sério gente! Quando sou colocada em confronto ou sobre pressão, quando preciso pensar rápido eles entram em conflito e um se apaga, acho que desmaia, deixa o outro na mão. Ultimamente estou sendo colocada em situações onde os dois precisam trabalharem juntos. Eles não estão acostumados com essa rotina, então acabam ficando exaustos e não acontece aquele entrosamento que faz a coisa fluir melhor, afinal eles mal se conhecem, apesar de serem vizinhos. Tem sido uma experiência e tanto trabalhar com os dois ao mesmo tempo. As vezes conseguimos resultados surpreendentes, até me orgulho. Mas quando começam a exigir muito de nós, ter que pensar em várias coisas ao mesmo tempo, produzir várias coisas ao mesmo tempo, aí a casa cai. Acho que meus amiguinhos são bem cavalheiros, um sede espaço para o outro. Por isso que enquanto um trabalha o outro descansa. Mas o tal trabalho em equipe também precisa ser valorizado, principalmente pa...