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Mostrando postagens de junho 9, 2021

SEU MORTO

Cada um com o seu Nunca se falou tanto sobre morte como nos últimos 2 anos. Esse cenário é revelador, nos mostra muito do ser humano e sua individualidade coletiva.  Deseja-se militar por uma igualdade de valorização da vida, no entanto, os mortos anônimos são velados por seus entes queridos que choram a perda e sofrem sua dor isoladamente. Já os famosos, os que merecem atenção, são velados em rede nacional, recebem aplausos, passeatas e abaixo-assinado. A verdade é que a dor é solitária, sempre foi e sempre será, mas os anônimos são solitários e abandonados. O luto é completamente exclusivo, inesperado, individual e sombrio. Tem tempo, cheiro, cor, nuances e muita escuridão. Cada pessoa reage de forma única à sua perda. Há quem vele seu morto até que sua própria morte chegue. Há quem se negue a viver essa separação e siga a vida como se nada a tivesse chacoalhado.  Há mortes que enterram histórias, há outras que enterram traumas, outras, desilusões, sonhos, planos e outras tantas que